A madrugada

Depois que eu comecei a escrever,
Fiquei assim meio bobo.
Escrevo e eu mesmo leio,
Leio e eu mesmo escrevo.
E assim vai madrugada a dentro.
Nunca foi tão bom ficar acordado.
Nunca tive problema com a insônia,
Acho que ela nunca gostou de mim...
O silêncio da madrugada me diz muita coisa,
Palavras bem no canto do ouvido,
Parece até beijo de um ente querido.
Coloco tudo num papel artificial,
Outro dia um sopro de Adélia Prado,
Ricardo Reis e Fernando Pessoa...
( Ou será a mesma pessoa ? )
Inspirações nos sons da vida
O violão está afinado na sala,
Só falta aprender aquela música.